Blog Andando por Aí

O pinhão e o outono

 pinhão3Pinhões maduros colhidos no solo

O outono é a estação do ano que cria expectativas quanto ao aparecimento de alguns sinais únicos deste período. Dias mais curtos, sabiás calados, goiaba-serrana madura, noites mais longas e frias, fogão à lenha novamente aquecendo a casa e a alma, queda das folhas do ipê-ouro e do cedro-rosa, floração do manacá-da-serra e da chuva-de-ouro e a debulha do pinhão, entre tantos outros

Eu sou o caqui

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Sou vermelho alaranjado, macio ou firme, com polpa doce e cremosa ou ainda com riscos de chocolate. Sou o caqui, fruta que não é daqui, mas lá da China. Fui trazido de lá para o Brasil meridional, onde encontrei um clima ideal para o meu crescimento. Estou por todos os mercados e fruteiras das cidades, saciando a fome dos apreciadores dos meus açúcares naturais, mesclados com vitaminas e fibras.

Um novo livro

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O vício é que nem sarnoso, nunca para e nem se ajeita. Estes versos, extraídos do poema “Bochincho” - de Jaime Caetano Braun, retratam, de certa forma, este meu hábito de escrever crônicas para o jornal Nova Época há 12 anos. O método, que encontrei para estimular a inspiração de fotografar e escrever, tem me levado a diversos lugares. Em 2021, passada a fase crítica da pandemia de covid, já recuperado e novamente sedento de novos horizontes, iniciei um novo livro sobre o vale do rio Silveira, localizado em São José dos Ausentes.

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Durante um ano, trilhei da nascente até a foz, retratando o que via e sentia. Foram 52 crônicas ilustradas descrevendo campos nativos e florestas de araucárias, matas de pinus e lavouras de batatas e brócolis, pecuária de corte, leiteira e o turismo. Contei histórias locais, mostrei detalhes de plantas e de animais encontrados nas caminhadas solitárias através do campo aberto, em leitos de águas rasas e limpas e de trilhas antigas de madeireiros e tropeiros. Mostrei os principais pontos de destaque da geografia do vale e suas pousadas tradicionais dedicadas ao turismo rural e à pesca de trutas. Todo o material é inédito e retrata uma janela no tempo e na paisagem, com destaque ao rio Silveira e seus principais afluentes.

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O material está pronto para ser enviado à gráfica, necessitando ainda de parte dos recursos para a impressão. Quem estiver interessado em ser um apoiador desta nova obra, deixando nela sua marca impressa, pode fazer contato diretamente comigo pelo whats-app 54- 999985488. A previsão é de fazer o lançamento no início de junho, tanto em Canela como em São José dos Ausentes, mesma ocasião em que as cotas dos exemplares serão entregues aos apoiadores e patrocinadores. Participe e permita que este novo documento seja materializado e gere, através da venda, recursos para outro projeto, já escrito, esperando para ser iniciado. O vício é mesmo como cachorro sarnoso: impossível sossegar. 

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O pão e a história do homem

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O livro Seis mil anos de pão – a civilização humana através de seu principal alimento de Henrich E. Jacob, é instigante e me fez repensar atentamente os conceitos de Ecologia e sobrevivência das espécies, sejam plantas ou animais, que vivem em diferentes ambientes (ecossistemas) do nosso planeta. Como biólogo, não deveria estar surpreso pelo fato do suprimento de proteínas a um povo, ou a qualquer espécie, ser o seu valor maior. Mas a maneira envolvente e brilhante do autor sintetizar seis mil anos de trajetória da humanidade, sendo o trigo o principal responsável pelo crescimento, manutenção e queda de grandes impérios, assombrou-me.

Eu sou a macela

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Sou pequena, amarga e amarela, uma erva nativa dos campos do sul onde me distribuo entre as gramíneas e trevos, disputando sempre aquele precioso sol que permite a vida. No final do inverno, quando o fogo galopa pelos pastos secos, entrego meus ramos a ele, mas mantenho as raízes bem vivas e prontas para o ressurgimento na primavera. Também deixo sementes, lançadas pelos generosos ventos do outono. Elas ficam, ali, deitadas no solo, escondidas das labaredas, prontas para germinarem ao final das chuvas de agosto.

Eu sou a pedra

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Sou dura e fria, mas já fui mole e quente. Vivo aqui, na serra gaúcha, e me chamo basalto ou pedra-ferro. Vim do interior da terra, lá onde o calor é tanto que tudo se derrete e se mistura num caldo vermelho, fumegante e inquieto. Num tempo passado, há muito ocorrido, a pressão aumentou tanto que sai em forma de jatos e de caudais, parecendo rios de fogo, escorrendo e queimando tudo que via pela frente. Andei, me espalhei até resfriar um pouco para que ficasse mais sólida, e parei até endurecer totalmente. Isto levou bastante tempo, o suficiente para que meus cristais se unissem e me tornasse forte o suficiente para atravessar os tempos. Para mim, milhares de anos não significam nada, pois sei que minha idade é de aproximadamente 170 milhões de anos.

O calendário da natureza

Calendário2Chuva-de-ouro
O verão deste 2024 está terminando e com ele, os ciclos de calor e frio, chuva e estiagem, cerração e chuvisqueiro. Uma coisa, porém, chama a atenção quando ando pelas ruas de Canela, com aquele passo de quem não tem pressa e a atenção concentrada nas cores deste final de estação. Escondida entre as araucárias, ou exuberante nos pátios, praças ou terrenos baldios, a chuva-de-ouro (Senna multijuga) exibe-se como ninguém nesta época. Suas pequenas pétalas amarelas explodem juntas pintando a árvore de um dourado chamativo, atraindo olhares e insetos para suas flores. O chão, ao pé desta planta, fica gradativamente colorido como ela, quando se acumulam milhares de pequenas pepitas que, agora, vão atrair os recicladores, como os fungos e outros insetos, e fechar o ciclo natural.

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